13 de abril de 2013

Mitologia Celta

Um apanhado das principais divindades do panteão Celta:

AINE 
 
Conhecida como Aine de Knockaine, seu nome significa prazer, alegria e esplendor. 
Filha adotiva do Deus do Mar Manannan, é a Deusa do Amor, Fertilidade e do Verão, Soberana das Fadas, da Terra e do Sol. Irmã gêmea de Grian, a Rainha dos Elfos, que juntas alternavam-se como Deusas do Sol Crescente e Minguante da Roda do Ano, trocando de lugar a cada solstício. 
Conta o mito que, o rei de Munster, chamado Aillill Ollum, era perdidamente apaixonado pela Deusa e, cego pelo desejo tentou violenta-la, o que levou Áine a matá-lo com sua magia, bem como a adotar uma regra de nunca relacionar-se com homens grisálhos. 
Após o acontecido, Ela teria se apaixonado por Finn Mac Cunhhall, que por ocasião de um feitiço, ficou grisalho. Áine, mesmo apaixonada, manteve sua promessa/regra. 
Representada como uma bela jovem de cabelos longos e dourados, vezes com asas de fada, até mesmo como uma égua avermelhada, visto sua associação com o solstício de verão. 

AIRMID 

Contam as lendas que Airmid era filha de Diancecht divindade da medicina, famosa por ter colhido 365 talos que cresceram sobre a tumba de seu irmão Miach e ordenado de certa maneira que formavam um manto majestoso, o qual era capaz de curar qualquer doença existente no mundo. 
Diancecht (que tinha matado Miach) ficou enciumado pelo poder do manto da filha, misturou todos os talos, tirando-os da ordem, causando a perda do conhecimento da cura de todas as doenças do mundo. 


BELENUS 

Os celtas possuem diversos Deuses da luz e do fogo, além de Belenus, Beletucadrus, que foram batizados com a palavra “BEL” que significa “o brilhante”. 
Belenus é o Deus Celta do Sol, que no dia 1 de maio (hemisfério norte) e 31 de outubro (hemisfério sul), tem seu nome acalmado e celebrado juntamente com Beltane, ou Fogo de Bellenos, uma festa de purificação e fertilidade. 
Belenos tinha ligação, além de purificações e fertilidade, com a ciência, a cura, a fontes térmicas, ao fogo, ao sucesso, a prosperidade, a colheita e a vegetação. 
Representado por um jovem forte, sempre brilhante, cabelos longos e dourados, coroado com o próprio sol. 

BRIGIT 

Associada ao Sabbat de Imbolc, Brigit ou Brig, Brighid ou Blid que significa “poder, renomes, feroz flecha de poder”, frequentemente era chamada de Deusa Tríplice ou As Três Damas Abençoadas, a qual é a divindade irlandesa do fogo, fertilidade, lareira, artes e ofícios femininos, da cura, dos médicos, a agricultura, da inspiração, da aprendizagem, da poesia, da adivinhação, da profecia, da arte da forja, da criação do gado, do amor, da feitiçaria e do saber oculto. 
Conta o mito que suas sacerdotisas eram chamadas de “prostitutas sagradas” e eram incumbidas de cuidar do fogo sagrado. 

CERRIDWEN 

Cerridwen ou Caridwen, formosa Deusa da Lua, a Grande Mãe, senhora dos grãos e toda a natureza, bem como da morte, da fertilidade, da regeneração, da cura, das águas, da inspiração, da astrologia, das ervas, da ciência, dos encantamentos e do conhecimento. 
O Caldeirão, seu símbolo mais marcante, é onde Ela prepara suas poções, considerado o útero divino da Grande Mãe, de onde nascem os encantamentos. 
Conta o mito que os antigos bardos, em sua iniciação, saiam em uma perigosa busca pelo Caldeirão de Cerridwen, o que mais tarde os cristãos usaram para originar a busca pelo Graal. 
Seu símbolo é uma porca branca, a comedora de cadáveres, uma representação nefasta da lua. 

CERNUNNOS 

Um dos mais antigos Deuses Celtas, cujo nome significa “com a testa adornada de chifres), senhor dos bosques e de todos os quadrúpedes, selvagens ou domésticos, exceto os cavalos, bem como da fertilidade e da abundância. 
Mais comumente chamado de Deus Cornudo, tinha vários símbolos normalmente utilizados para representar ou cultuar sua divindade, sejam a espada, os chifres, lanças de guerra, a foice, a flecha, o tridente, facas entre outros. 
Entre os animais associados ao culto de Cernunnos está o touro, o cão, a cobra, o peixe, o dragão, o lobo, o javali, a águia, o falcão ,o tubarão, os lagartos e o cervo. 
Uma das primeiras representações de Cernunnos, bem como uma das mais conhecidas, é uma gravação em rocha encontrada no norte da Itália, datada de aproximadamente do século IV a.e.c, a qual ele aparece como um ser de aspecto antropomorfo – forma assemelhada a de um homem, adornado de dois chifres na cabeça e dois torques – uma espécie de colar torcido com as extremidades em forma de argola – em cada braço. 

DAGDA 

Considerado o Senhor dos Céus e pai de todos os deuses e dos homens, seu nome significa “o bom Deus”. Senhor da vida e da morte; deus da magia, da terra, do renascimento; mestre de todos os ofícios; senhor do conhecimento perfeito. 
Deus da proteção, dos guerreiros, do conhecimento, da profecia, do tempo, das artes, da iniciação, do sol, das curas, da prosperidade, da abundância, da música e patrono dos sacerdotes. 
A lenda diz que é o possuidor de um caldeirão chamado “O-que-não-seca”, o qual fornece quantidades ilimitadas de alimento. 
Contos irlandeses descrevem Dagda como uma figura de força imensa, armado de uma clava – tipo de porrete – tão poderoso que refletia-se nele próprio dando a impressão de ser dois. 

EPONA 

Epona é considerada uma Deusa da Fertilidade, vista uma de suas representações com uma quantidade de milho em seu colo, bem como uma Cornucópia, vista constantemente acompanhada de cavalos e de pássaros, especialmente corvos. 
A muito tempo, quando as lendas eram um misto de verdade com o tempo, os antigos britânicos consideravam o cavalo sagrado e, apenas os abatiam e comiam sua carne em eventos solenes. 
Da mesma sorte de crença, na Dinamarca o cavalo era considerado a própria reencarnação do espírito do ano solar, filho da Deusa Égua, o que rendia a Epona celebrações e títulos como Deusa Mãe, da Fertilidade, da Guerra, da Liderança, bem como Deusa da Boa vida pós-morte. 

LUGH 

Além de guerreiro, o Deus dos raios do Sol e da luz era o melhor artesão, o que lhe deu a oportunidade de criar diversas armas mágicas - inclusive uma espada que pode cortar qualquer coisa. 
É associado como divindade de vários aspectos, tais como Deus da magia, do renascimento, do relâmpago, da água, das artes e ofícios, das viagens, dos ferreiros, dos poetas e músicos, dos historiadores, dos feiticeiros, da vingança, da iniciação e da guerra. 
Sua festa é o sabbat Lammas ou Lughnassadh, o festival das colheitas., sendo associado aos corvos e ao veado branco. 
Conta a lenda que em uma incrível batalha, Lugh teria assassinado o líder dos Formorians, uma divindade chamada Balor. 

MORRIGAN 

Deusa, que no seu aspecto escuro, é a deusa da guerra – é comparada às Valquírias da mitologia nórdica -, do destino e da morte, Rainha dos espíritos e das fadas, representa o aspecto Anciã da Deusa. 
Considerada a Deusa dos rios, lagos e água fresca, da magia e da profecia, associada com a vingança e a morte no campo de batalha, anunciada com a chegada dos corvos atraídos pelos mortos, embora tenha associação com o gado e com a fertilidade do campo. 
Morrigan é conhecida pela capacidade de mudança de forma, transformando-se em animais, se for um corvo e anuncio de morte. 

SCATACH 

Patrona dos Ferreiros, da cura, da magia, da profecia, das artes marciais, tinha uma escola de artes da guerra na Ilha de Skye, onde todos os famosos guerreiros da Irlanda teriam sido treinados – somente aqueles que tiveram coragem pra isso, pois ela era considerada dura e impiedosa e a maior guerreira de todos os tempos. 
Os guerreiros que ela concedia treinamento passavam por três etapas no treinamento: 
- Armamento: conhecimento e aprendizado da utilização de todas as armas disponíveis; 
- Cognominação: o guerreiro adotava um novo nome; 
- Iniciação Sexual: o guerreiro iniciava as suas relações sexuais pela própria Deusa. 

SUCELLUS 

Em várias frações do mito, Sucellus é reconhecido como o Rei dos Deuses, representando a fertilidade da terra, associado a agricultura. 
Seu nome significa “o que bate bem”, ligado estritamente a sua representação, visto que carrega um martelo de cabo longo, que com o qual é usado para bater na terra e acordar as plantas, ligando-o diretamente com o início da primavera e época do plantio. 
É casado com a Deusa da água Nantosuetta – mulher muito bela, de cabelos cacheados e soltos, que sempre carregava uma cornucópia, símbolo de abundância – também associada à fertilidade e a segurança do lar, que segundo o mito, gerava águas curativas e revigorantes. 
Sucellus é representado como um homem barbudo, forte, vestindo apenas uma pele de lobo, sendo que poderia aparecer com vestes adornadas de círculos e cruzes, ficando associado aos céus, bem como aparecia segurando um tonel de vinho ou uma taça, o que o associava ao chefe dos banquetes dos Deuses e padroeiro das bebidas alcoólicas. 

TARANIS 

Muito adorado no mundo celta, é o Deus do trovão, que sempre atravessa o céu em uma carruagem, sendo os relâmpagos as faíscas produzidas pelos cascos dos cavalos, enquanto o som do trovão é o barulho das rodas da carruagem. Taranis é mencionado, juntamente com Esus e Toutatis (Teutatis), como parte de uma tríade sagrada, pelo poeta romano Lucano em seu poema épico Farsália. 
Aponta o mito que Taranis era o responsável por todas as intempéries e desgraças da terra, visto que era o governante supremo dos céus, senhor das tempestades e dos trovões, o que levavam os humanos a realizar diversos sacrifícios, inclusive humanos para saciar sua sede de sangue. 
Entre as diversas representações do Deus, a mais conhecida é de um homem de cera idade, porém forte, barbudo, portando uma roda de carroça com 8 raios em uma das mãos e um raio na outra. 
O simbolismo da roda refere-se aos sons das tempestades – trovão, bem como as estações do ano, as quais estavam ligadas diretamente ao relacionamento de Taranis com Duir, que era um espírito feminino representado pela árvore sagrada para os Celtas, o carvalho.

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