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Quando nos propomos a estudar uma religião (independente da que for), geralmente por intermédio de algum adepto, temos a necessidade de questionar a qualidade do grupo que estamos dispostos a frequentar, bem como suas bases morais e sociais, analisando seus aspectos mais íntimos, para que possamos ter tranquilidade ao entregarmos nossa atenção e dedicação à algo que acreditamos como certo para nossa vida.
Assim, entre os muitos textos que tentam dar uma direção de mais segurança às pessoas, encontrei um que analisa os possíveis PERIGOS nas condutas dos grupos. É uma tabela criada por Isaac Bonewit em 1979 que avalia o grau de perigo representado por qualquer grupo, religioso ou não.
Esta tabela é composta de uma série de questões simples que permitem a qualquer pessoa avaliar o quanto um grupo pode ser perigoso para seus membros e/ou para a comunidade em geral.
Diz o autor:
“O propósito desta ferramenta de avaliação é ajudar observadores amadores e profissionais, incluindo aqueles que desejam se tornar membros, de várias organizações (incluindo grupos religiosos, ocultistas, psicológicos ou políticos) a determinar o quão perigoso um dado grupo pode vir a se tornar, comparado a outros grupos, para a saúde física e mental de seus membros e outras pessoas sujeitas à sua influência. Ela não fala dos “perigos espirituais”, se existirem, que possam estar envolvidos, pela simples razão de que o caminho de uma pessoa rumo à iluminação ou salvação é visto com frequência por outra como um caminho para a ignorância ou danação.
Como regra geral, quanto maior o número de pontos que um dado grupo recebe, maior é o perigo que ele representa. Embora seja óbvio que a pontuação da tabela seja subjetiva, ainda é possível fazer julgamentos práticos usando-a, pelo menos do tipo “será que este grupo é mais perigoso que aquele?”. Isso SE toda a pontuação for baseada em observação precisa e não preconceituosa do COMPORTAMENTO REAL do grupo e seus principais níveis de liderança. Isto significa que você precisa prestar atenção ao que os líderes secundários e terciários fazem e dizem, tanto quanto (ou mais até) os líderes principais.
Deve ser observado que esta ferramenta é baseada em teorias psicológicas modernas sobre saúde mental e crescimento pessoal e nos muitos anos de observação participativa e pesquisa histórica do autor em sistemas minoritários de crenças.”
Os ítens a serem avaliados, são pontuados de 1 a 10, sendo que 1 é baixo e 10 é alto.
1. Controle Interno: Nível de poder interno político e social exercido pelo(s) líder(es) sobre os demais membros; falta de direitos organizacionais claramente definidos para os membros.
2. Controle Externo: Nível de influência política ou social desejada ou obtida; ênfase em controlar o comportamento político e social dos membros.
3. Conhecimento/Sabedoria que o(s) líder(es) reivindicam possuir; nível de infalibilidade declarada ou implícita sobre as decisões ou interpretações doutrinárias ou espirituais; número ou grau de credenciais não verificadas e/ou não verificáveis que o(s) líder(es) alega(m) possuir.
4. Conhecimento/Sabedoria que os membros creditam ao(s) líder(es); nível de confiança em decisões e/ou interpretações espirituais/doutrinárias feitas pelo(s) líder(es); nível de hostilidade dos membros em relação a críticas internas ou externas e/ou em relação a esforços de verificação.
5. Dogma: Rigidez dos conceitos ensinados; nível de inflexibilidade doutrinária ou “fundamentalismo”; hostilidade em relação a relativismo e situacionalismo.
6. Recrutamento: Ênfase colocada em atrair novos membros; nível de proselitismo; necessidade de que todos os membros tragam novos membros.
7. Grupos de Frente: número de grupos subsidiários do grupo principal usando diferentes nomes, especialmente se as conexões são ocultas.
8. Riqueza: Quantidade de dinheiro e/ou propriedades desejada ou obtida pelo grupo: ênfase em doações dos membros; estilo de vida econômico do(s) líder(es) comparado aos membros comuns.
9. Manipulação Sexual de membros por líderes de grupos não-tântricos; nível de controle exercido sobre a sexualidade dos membros em termos de orientação sexual, comportamento, e/ou escolha de perceiros.
10. Favoritismo sexual: Avanço ou tratamento preferencial dependendo de atividade sexual com o líder de grupos não-tântricos.
11. Censura: Nível de controle exercido sobre o acesso dos membros a opiniões externas relativas ao grupo, sua doutrina ou líder(es).
12. Isolamento: Nível de esforço para evitar a comunicação dos membros com não-membros, incluindo família, amigos e amantes.
13. Controle de Desistentes: Intensidade dos esforços de prevenir ou trazer de volta desistentes.
14. Violência: Nível de aprovação quando usada pelo ou para o grupo, sua doutrina ou líder(es).
15. Paranoia: Nível de medo em relação a inimigos reais ou imaginários; exagero no poder percebido dos oponentes; predominância de teorias de conspiração.
16. Seriedade Exagerada, Hierarquismo: Nível de desaprovação em relação a piadas e brincadeiras sobre o grupo, sua doutrina e líder(es).
17. Perda da liberdade de escolha: Nível de ênfase na perda de responsabilidade por parte dos membros de tomarem suas próprias decisões; grau de perda de poder individual criado pelo grupo, sua doutrina ou seu(s) líder(es).
18. Hipocrisia: nível de aprovação para ações que o grupo oficialmente considera imoral ou não-ética, quando realizadas pelo ou para o grupo, sua doutrina ou líder(es); disposição para violar os princípios políticos, psicológicos, sociais, econômicos, militares, etc, declarados pelo grupo.
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